quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Floyd Cramer - Let's Go

domingo, 19 de setembro de 2010

Wilson Simonal - Nem Vem Que Não Tem

WILSON SIMONAL

Coleção Música da Minha Gente - Wilson Simonal - 2010

Ouviu-se muito em falar no mestre Simonal no ultimo ano, mas justamente pela injustiça feita, Simonal é um mestre, o primeiro artista a lotar um estadio, um militante, um verdadeiro humanista, é de chatear em saber que o Brasil é assim mesmo, só reconhece os proprios artistas depois que morrem, mas fazer o que, é o nosso pais, tem uma musica no disco do Zé Ramalho Nação Nordestina, chamada, "O Meu País", se nao coneguirem achar me avisem que posto aqui pra voces, mas é so pra voces sentirem o que eu to falando, fico na felicidade deste post e espero que gostem tambem, por isso, deleitem-se!!!
Abraços
Daniel de Mello e a Música da Minha Gente

Wilson Simonal de Castro (Rio de Janeiro, 26 de fevereiro de 1939 — 25 de junho de 2000) foi um cantor brasileiro de muito sucesso nas décadas de 1960 e 1970.
Simonal teve dois filhos, também músicos - Wilson Simoninha e Max de Castro.
Começou a carreira cantando em bailes do 8º grupo de Artilharia da Costa, cantando também em inglês, rock e calipsos. Em 1961 foi crooner do conjunto de calipso Dry Boys, fez parte do conjunto Os guaranis. Se apresentou no programa Os brotos comandam, sendo apresentador do programa Carlos Imperial. Cantou nas casa noturnas Drink e Top Club. Foi levado por Luiz Carlos Miéle e Ronaldo Bôscoli para o Beco das Garrafas, que era o reduto da bossa nova.
Em 1964 viajou pelas América do Sul e América Central, junto com o conjunto Bossa Três, do pianista Luís Carlos Vinhas. De 1966 a 1967 apresentou o programa de TV, Show em Si …monal, pela TV Record - canal 7, de São Paulo. Seu diretor era Carlos Imperial. Se revelando um show man, fez grande sucesso com as músicas País tropical (Jorge Ben), Mamãe passou açúcar em mim, Meu limão, meu limoeiro, Sá Marina (Antonio Adolfo/Tibério Gaspar), num swing criado por César Camargo Mariano, que fazia parte do Som Três, junto com Sabá e Toninho, que foi chamado de pilantragem.
Em 1970 acompanhou a seleção brasileira de futebol à Copa do Mundo, realizada no México, onde tornou-se amigo dos jogadores de futebol Carlos Alberto, Jairzinho e do maestro Erlon Chaves.
Nesta época, Simonal era um cantor bastante assediado pela imprensa e pelos fãs e vivia o auge de sua carreira.
No início da década de 1970, Simonal sofreu um desfalque na empresa que possuía e brigou com seu contador por conta das questões financeiras e fiscais. Este contador era o contador de diversos atores e diretores da Globo e, revoltado com a postura de Simonal, acabou se aliando com o diretor João Carlos Magaldi, que detinha um poder enorme de comunicação (ele era exatamente o diretor da Central Globo de Comunicação) e juntos inventaram um boato terrível sobre Simonal visando especificamente destruir completamente a carreira do cantor. Ou seja, como eram os anos da ditadura e a Globo era o porta voz dessa ditadura, Magaldi inventou que Simonal era alcagüete, dedo duro, e que estaria dedurando grande parte da classe artística para a polícia.
Durante os interrogatórios, Simonal foi acusado de ser informante do Dops. A repressão imposta pela ditadura militar brasileira, e levaram os jornalistas da época a acreditar que Simonal fôsse informante do SNI. O jornal alternativo O Pasquim acusou-o de dedo duro e Simonal ficou desmoralizado no meio artístico-intelectual e cultural da época e sua carreira começou a declinar.
A classe artística inteira e o público voltou-se contra Simonal. E com isso a carreira do cantor foi completamente destruída por um boato gerado dentro da Central Globo e, até a sua morte, ele jamais conseguiu recuperar-se da fama de traidor, embora esta “traição” tivesse sido amplamente desmentida.
Simonal caiu no ostracismo a partir da década de 1980, e sempre negou veementemente todas as acusações. Porém tornou-se deprimido e vítima do alcoolismo e morreu de complicações decorrentes do vício.
Em 2002, após sua morte, a família do cantor requisitou abertura de processo para verificar a acusação de informante do regime. Foram reunidos depoimentos de diversos artistas, além de um documento datado de 1999 em que o então secretário de Direitos Humanos, José Gregori, atestava que não havia evidências - fosse nos arquivos do Serviço Nacional de Informações (SNI) ou no Centro de Inteligência do Exército - de que Simonal houvesse agido como delator. Como resultado, o nome do músico foi reabilitado publicamente pela Comissão Nacional de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em 2003.
Independente de qualquer acusação política, porém, o legado artístico de Wilson Simonal vem ganhando cada vez mais reconhecimento pela história da Música Popular Brasileira, onde é considerado um dos melhores cantores.

Citação:

“(…) quando surgiu o cantor no Beco das Garrafas, Simoral era o máximo para seu tempo: grande voz, um senso de divisão igual aos dos melhores cantores americanos e uma capacidade de fazer gato e sapato do ritmo, sem se afastar da melodia ou apelar para os scats fáceis”.
CASTRO, Ruy - Chega de saudade - 1990 - Cia. das Letras - ISBN 9788571641372

Filme:

Documentário de Micael Langer, Calvito Leal e Cláudio Manoel sobre a vida do cantor que conseguiu status de estrela numa época em que no Brasil isso era raridade para artistas negros, jogando luz sobre um incidente nunca esclarecido, envolvendo agentes do DOPS e um ex-empregado seu.
Simonal - Ninguém Sabe o Duro que Dei (Brasil, 2009)

Fonte: Last FM



TIM MAIA RACIONAL

Tim Maia Racional vol.1

tim_maia_racional
Ele abre com “Imunização Racional”, em que canta a “beleza que é sentir a natureza/ ter certeza pra onde vai e de onde vem/ (…)que beleza é saber seu nome/ sua origem, seu passado e seu futuro”. O ritmo é quase um reggae, ponteado por um sinuoso baixo funky, entrecortado por uma guitarra wah-wah tímida, flautas e excelentes backing vocals, puxados pelo próprio Tim.

Em “O Grão Mestre Varonil”, ele saúda, a capella, Manoel Jacintho Coelho, divulgador da seita e tido como “o maior homem do mundo” pois “semeou o conhecimento”. Seguida da densa e dramática “Bom Senso”, que mostra todo o instrumental assustador que Tim arranja. Deixa a banda comer o suingue solto e brada o vozeirão, falando: “Leia o livro Universo em desencanto. Não perca tempo”.

Antes da próxima música, ele canta sozinho, um trecho de “Energia Racional”, que volta inteira no próximo disco. “Leia o livro Universo em Desencanto” (sim, o disco é obcecado pelo tema), Tim guarda o funk no armário e solta todo o soul que sua cachola consegue ferver. Barry White e Marvin Gaye nos anos 70, mordam-se de inveja! Em “Leia o Livro…”, Tim desliza com graça, com seu gogó de tenor que é justamente o meio-termo entre o grave de White e o agudo de Gaye. Cordas e metais dão um veludo especial a este que é um dos melhores momentos da carreira de Tim Maia.

Em “Contacto com o Mundo Racional”, ele volta a nos surpreender, seja no instrumental (umblues com violões acústicos soltando acordes leves e solos discretos), como no vocal (em que afina seu gogó e capricha um falsete de arrepiar o mais frio dos brancos). Em “Universo em Desencanto”, ele tenta, em vão, explicar toda a teoria do livro, descrevendo as eras da criação, de onde viemos, pra onde vamos. Musicalmente, nos convida para um samba colorido de funk, mostrando que seu conceito de black music abrange as Américas do Norte, Central e do Sul. “Leia o livro/ Vai saber/ O que realmente/ É viver”, canta com tanta empolgação que, como um amigo meu diz, dá vontade de comprar e ler o tal livro, “A lição foi mal passada/ Quem aprendeu não sabe nada/ (…) Disseram que sabiam das coisas, mas no entanto não sabem coisa nenhuma/ Pura Inconsciência/ (…) É pra já/ É coisa linda/ É pra agora/ Vamos entrar em contato/ Com os nossos irmãos puros limpos e perfeitos/ Eternos do supermundo/ Da planície Racional/ Leia o livroUniverso em desencanto“.

You don’t know what I knowensaia o lado inglês de sua pregação, mais uma vez sozinho, sem instrumentos: “Read the book/ The only book/ Universe in disenchantment/ And you’ll know the Truth“, para em seguida entrar num electroboogie cheio de teclados (Hammonds, sintetizadores, Glockenspiels, Moogs, clavinetes) chamado “Rational Culture”. Depois de misturar Herbie Hancock com George Clinton numa introdução cabulosa, ele começa a pregação, toda em inglês: “Vamos governar o mundo/ Você não sabe?/ Vamos colocá-lo de pé”. O suingue é irresistível e depois do refrão Tim começa a dar ordens para o ouvinte, à James Brown, sempre em inglês: “Ouçam todos/ Vamos contar a coisa mais importante que já ouviram na vida/ Nunca ouviram isso antes:/ Viemos de um supermundo, de energia racional/ E vivemos num antimundo, de energia animal/ Leia o livro, o único livro, Universo em desencanto/ E vais saber a verdade”.

Tim Maia – Racional vol. 1 (1975)

1. Imunização Racional I
2. O Grão Mestre Varonil
3. Bom Senso
4. Energia Racional
5. Leia o Livro Universo em Desencanto
6. Contato com o Mundo Racional
7. Universo em Desencanto
8. You Don’t Know What I Know
9. Rational Culture
10. Ela Partiu (Bonus)
11. Meus Inimigos (Bonus)

Dowload ben music

Tim Maia - Imunização Racional (Que Beleza)

sábado, 18 de setembro de 2010

Arquivo - Jorge Ben - Trama/Radiola

JORGE BEN


Jorge Ben Jor: 'Minha geração não entendeu'

O cantor fala sobre o sucesso com jovens e inovação na MPB

Adriana Caitano

"Eu misturava jazz, rock, coloquei baixo elétrico com uma bateria forte, mas os críticos reclamavam. Só Caetano e Tim me entenderam"

Jorge Ben Jor

O veterano Jorge Ben Jor – que tornou-se conhecido nos anos 60 com hits como Mas que Nada, Por Causa de Você Menina, Zazueira, País Tropical e Que Pena – se apresentou na noite de sábado em São Paulo e manteve o pique durante uma hora e meia de show para um público com idade média de 20 e poucos anos. Cantando as mesmas músicas que o fizeram passar ileso pelas idas e vindas dos modismos musicais das últimas décadas, ele mantém público fiel entre os jovens, que acompanham todas as letras com a animação de quem conhece a fundo a obra do ídolo.

Talvez pela convivência com os fãs, Jorge Ben Jor mantém a euforia e algumas gírias da juventude, mas tem repulsa por certos hábitos bem comuns nessa faixa etária. “Em seu camarim não pode entrar uma gota de álcool e ele fecha a cara se vir alguém fumando”, comenta um assistente do cantor. “Ele odeia cigarro e bebida, ninguém chega perto dele com isso”. Após a apresentação, o músico disse a VEJA.com que tem um certo rancor do público do seu tempo de início de carreira e garantiu que, até o fim do ano, lançará um novo álbum com músicas inéditas.

Por que você acha que, mesmo tocando as músicas do início da sua carreira, você continua fazendo shows e sendo lembrado, principalmente pelos jovens?
Gosto de ver que meu público com 15, 16 anos gosta das músicas de 30, 40 anos atrás. Minha geração não entendeu meu som. Eu misturava jazz, rock, coloquei baixo elétrico com uma bateria forte, mas os críticos reclamavam. Só o Caetano Veloso e o síndico [Tim Maia, a quem ele dedicou algumas músicas] me entenderam. Ele [Tim] me ligava 3, 4 horas da manhã para eu cantar uma música para ele.

E você se incomodava com essa rejeição da crítica?
Sempre fiz músicas alegres, com histórias rápidas, poesia leve e final feliz. No tempo em que quebravam discos na TV, quebraram o África Brasil e o Samba Esquema Novo no ar. Mas depois de 15 anos eu ganhei prêmio nos Estados Unidos pelo África e o Samba ficou em 22º entre os 100 melhores de lá. A crítica não gostou de várias músicas minhas na época, mas elas continuam aí. Falaram mal quando eu falei de alquimia pela primeira vez, mas eu estudei o assunto, estudo ainda, sei o que estou falando.

Você acha que ainda tem espaço para inovação na música brasileira?
Já está tendo muito espaço, tem muitos compositores novos fazendo muita coisa boa. O Max de Castro e o Fred Zero Quatro [da banda Mundo Livre S/A], por exemplo, fazem músicas que só vão ser entendidas daqui a dez, quinze anos e todos vão reconhecer. Por isso, me vejo neles.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Samba Rock Jazz

Som Três - Um é Pouco, Dois é Bom, êste Som Três é Demais!

Eis o tal do último que não é o último! Que coisa doida!!! Mas como diz o velho ditado: "A posição das batatinhas não alteram o sabor da maionese!" Então neste caso pouco importa quem veio antes ou depois o importante é que veio rsrsrs. Sobre o disco: Este é um dos que estão fora de catálogo, das 12 faixas somente uma é breguinha (tanto que deixaria Richard Cleidman se mordendo de inveja hahahahahaha) agora As demaaaais... Muuuuuuito foooooooda! rsrsrs a versão que eles fizeram de "Take It Easy My Brother Charles" é absurdamente fenomenal (tem a participação de Gerson King Combo nos vocais também), fora essa eu gosto muito de "Bird Brain" composição de Henri Mancini, "Tanga" que abre o álbum e a faixa título que fecha, creio que vocês vão gostar desse álbum tanto quanto eu... s'imbora um, dois, três...


DOWLOAD Som Três



Som Três - Tobogã

Quem escutar esse disco dificilmente vai acreditar que o cara que toca (e não só toca como fez os arranjos, idealizou e o fez acontecer) é o pianista (ou tecladista?) César Camargo Mariano! É isso mesmo o cara já foi muito do foda, (alguém aí poderia me explicar como é que pode uma pessoa mudar tanto a ponto de ficar ultrabrega? rsrsrsrs), mas voltando pro disco e pro grupo... Esse "trio" surgiu em 1966/67 e é um híbrido de dois conjuntos: Jongo Trio e Sambalanço Trio (outro projeto de responsa de César). Eles acompanharam Wilson Simonal até 1970 e depois disso o grupo se desfez, pois César passou a acompanhar Elis Regina (que acabou sendo sua esposa mais tarde). O disco: Bom... Eu to numa dúvida gigantesca, pois pra mim esse era o ultimo álbum deles, mas pelo que pesquisei, um outro que data de 1969 é creditado como sendo o último e esse aí é de 1970 (vai entender?!!!). Mas enfim, conheci isso graças aos relançamentos de raridades de música brasileira encabeçada pelo Gavin, parece-me que em cd (se encontrar...) da pra conseguir o "Tobogã" e um outro chamado "Som Três Show" os demais hum... Tudo fora de catálogo (ainda). Na seqüência vou postar outro deles (o último que foi lançado antes do penúltimo rsrsrs). Por hora acho que é isso. Meu destaque vai para: "Irmãos Coragem" que foi abertura da novela homônima, (o timbre usado é muito bom), "Bajar no México" e "Tobogã" que conta com a participação de Gerson King Combo. Então vamos lá: Boa escorregada!!! hahaha

DOWLOAD BM Som Três - 1970 - Tobogã


UMA PALHINHA Som Três

domingo, 12 de setembro de 2010

CARTOLA

Cartola - Verde Que Te Quero Rosa

Outro tesouro garimpado! Vocês tão levando uma overdose de Cartola, rsrsrsrs, mas fiquem tranqüilos que essa não mata (pelo menos creio que não rsrsrsrs). Verde Que Te Quero Rosa terceiro álbum do mestre mangueirense lançado em 1977, coisa finíssima que não deixa barato pros anteriores, composições como sempre do mais alto nível, uma poesia que toca corpo e alma de uma só vez, fico me perguntando de onde vem tamanha inspiração, até então não ouvi uma composição de Cartola que julgasse ruim ou mal feita, isso não existe na obra dele.
As que mais gosto são: "Nós Dois", existe uma singeleza nessa letra sem igual, em conjunto com a melodia então não sei nem o que dizer, em "Tempos Idos" ele tece um histórico da evolução do samba que é lindo de ouvir, o samba e a conquista de seu reinado, "Grande Deus", "Pranto De Poeta" que conta com a participação de Nelson Cavaquinho (outro gênio) e "A canção que Chegou".
Não sei de quem é a foto da capa só sei dizer que o fotógrafo foi muito feliz nessa composição, que capa alucinante!!! Esse é outro disco que é facinho facinho de viciar...

dowload clic no link em frente: Cartola - 1977 - Verde Que Te Quero Rosa


Cartola - Cartola 1974


Foi mais ou menos por esses dias de 2003 que eu compreendi a genialidade e a verdade contida na obra de Cartola. Você deve estar se perguntando (ou não rsrsrs) o porquê ou de que maneira ou até mesmo como assim uma data específica. Pois então, é claro que eu já conhecia a música de Cartola, mas ainda não conhecia a dor de um término de relacionamento... Foi nesse período que aquela coisa toda que começou ao som de Manu Chao (ver post do “... proxima estacion... Esperanza") se encerra. Chorei muito ouvindo esse disco, a fossa com Cartola é muito mais fossa, rsrsrsrs elegantíssima, porém dolorosa. A maestria com que ele diz as coisas bate no peito de um jeito que se você se identifica com a situação o soluçar é inevitável. Já gostava, passei a amar, canções como "Disfarça e Chora" que já começa castigando: "a pessoa que tanto querias, antes mesmo de raiar o dia, deixou sua escola por outro, ó triste senhora...” ou ainda: "Sim"... Sim, deve haver um perdão, para mim, senão nem sei qual será, o meu fim, para ter uma companheira, até promessas fiz, consegui um grande amor, mas eu não fui feliz (não se encaixava no meu caso, porém, me fazia chorar igual rsrsrs) e mais em "Acontece": Esquece nosso amor, vê se esquece, porque tudo no mundo acontece, ... , acontece que meu coração ficou frio, e o nosso ninho de amor, está vazio, se eu ainda pudesse fingir que te amo aaaaah! Se eu pudesse, mas não posso não devo fazê-lo, isso não acontece... Com essas já deu pra ter uma noção do estado em que me encontrava rsrsrsrs aos prantos!!!! Imaginem as demais que vocês ouvirão. Esse aí é o primeiro disco dele e foi lançado em 1974, na seqüência virão: o segundo que é de 1976 e o terceiro lançado em 1977. Por hoje é isso, bom deleite ou se tiverem na situação... Boa fossa... (que cruel rsrsrsrs)

dowload clic no link em frente: Cartola - 1974 - Cartola


Mais Detalhes: Biografia Cartola, Outra, E Mais outra, e Mais uminha

Tower of Power - So Very Hard to Go

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

MUSSUM

Mussum

MUSSUM Post
Decidi deletar o antigo post do Mussum, e dar algo digno de Mumu da Mangueira, seguem os três albums conhecidos de Mumu. Cacildis!!!!!!!
Antônio Carlos Bernardes Gomes, mais conhecido como Mussum(Rio de Janeiro, 7 de abril de 1941 - São Paulo, 29 de julho de 1994), foi um músico e humorista brasileiro. Como músico foi membro do grupo de samba Os Originais do Samba e como humorista, do grupo Os Trapalhões.
Carreira
Mussum teve origem humilde, nasceu no Morro da Cachoeirinha, Zona Norte do Rio de Janeiro.
Estudou durante nove anos num colégio interno, onde obteve o diploma de ajustador mecânico. Pertenceu à Força Aérea Brasileira durante oito anos, ao mesmo tempo em que aproveitava para participar na Caravana Cultural de Música Brasileira de Carlos Machado.
Foi músico e sambista, com amigos fundou o grupo Os Sete Modernos, posteriormente chamado Os Originais do Samba.
O grupo teve vários sucessos, as coreografias e roupas coloridas os fizeram muito populares na TV, nos anos 70,
e se apresentaram em diversos países. Nos anos 60, é convidado a participar de um show de televisão, como humorista. De início recusa o convite,
justificando-se com a afirmação de que pintar a cara, como é costume dos atores, não era coisa de homem. Finalmente estréia no programa humorístico Bairro Feliz (TV Globo, 1965).Consta que foi nos bastidores deste show que Grande Otelo lhe deu o apelido de Mussum, que origina-se de um peixe.
Em 1969, o diretor de Os Trapalhões, Wilton Franco, o vê numa apresentação de boate com seu conjunto musical
e o convida para integrar o grupo humorístico, na época na TV Excelsior.
Mais uma vez, recusa; entretanto, o amigo Manfried Santanna (Dedé Santana) consegue convencê-lo,
e Mussum passa a integrar o quarteto (que na época ainda era um trio, pois Zacarias entrou no grupo depois)
que terminaria tornando-o muito famoso em todo o país. Mussum era o único dos quatro Trapalhões oficiais
que era da etnia afro-brasileira (Jorge Lafond e Tião Macalé,
apesar de também afrobrasileiros e atuarem em vários quadros com o grupo, eram coadjuvantes).
Apenas quando Os Trapalhões já estavam na TV Globo, e o sucesso o impedia de cumprir seus compromissos,
é que Mussum deixou os Originais do Samba. Mas não se afastou da indústria musical,
tendo gravado discos com Os Trapalhões e alguns discos solos, dedicados ao samba.
Uma de suas paixões era a escola de samba Estação Primeira de Mangueira, todos os anos sua figura pontificava
durante os desfiles da escola, no meio da Ala de baianas, da qual era diretor de harmonia.
Dessa paixão veio o apelido "Mumu da Mangueira".
Segundo depoimento recente de Dedé Santana, Mussum era o único dos Trapalhões que, na frente das telas,
não representava um personagem. O tempo todo, Mussum era ele mesmo: alegre, brincalhão, risonho, querido por todos.
Também afirmou que Mussum era o único trapalhão que não precisava fazer o menor esforço para ser engraçado.
Agua Benta
Set List:
01 Chiclete de Hortelã
02 Água Benta com Alcione
03 Alô, Judite
04 Artigo Esgotado
05 Cada Vida um Destino
06 É Ouro Só
07 Foi Melhor Assim
08 Malandro Quilomba
09 Nego Juca
10 Rio Antigo com Chico Anysio
11 Tem Que Ser Hoje
12 Vai se Arrepender
Link do Arquivo
Mussum - front
Set List:
01 Descobrimento do Brasil
02 A Vizinha (Pega ela Peru)
03 Um Amor em Cada Coração
04 O Saudoso
05 Criança Louca
06 Teatro Brasileiro
07 Nega Besta
08 Terra de Jó
09 Tempo Bom, Faz Tempo
10 Papagaio
11 Eu sou Assim
Link do Arquivo
Mussum front
Set List:
01 Because Forever
02 Filosofia de Quintal
03 Ei Moleque
04 Debaixo do Meu Chapéu
05 O Torcedor
06 Verdade Expressa
07 Madureira, Vaz Lobo e Irajá
08 Tola Insensatez
09 Grande Gerê
10 Amor Sem Segredo
11 Sem Você Tudo Bem
12 Festa do Lava Pés
DOWLOAD

Bolão e seu Conjunto

Re-cap - Bolão e seu Conjunto

Um RE-post mais que especial, trazemos um dos mais respeitados conjuntos do cenário instrumental, não tem um DJ que não tenha tocado em suas festas.
Fazemos esta homenagem aos amigos colecionadores que sempre prestigiam o Arquivo!

DJ Patife feat. Vitrola Stereophonica - The Midnighter (Live Bar Version)
BOLÃO
BOLÃO (Isidoro Longano, *15/3/1925-+19/2/2005) Saxofonista, flautista e clarinetista, e dos melhores. Músico profissional desde 1944, integrou várias orquestras. Como roqueiro, gravou LPs com Bolão e Seus Rockettes (Viva A Brotolândia, Columbia, 1958 três anos antes do LP homônimo de Elis Regina) e com os pseudônimos Edward Long, Bob Longano e The Crazy Cats, além de participar de discos de artistas como Made In Brazil (Jack, O Estripador, 1976
bolao-calb-5013
Bolão e seu Conjunto
LP FAVORITAS DOS BROTOS
RCA CALB-5013, 1960
01 - My Home Town
02 - Dreamin'
03 - Il Tuo Bacio é Come Un Rock
04 - Pretty Blue Eyes
05 - Adam and Eve
06 - Comunicando
07 - Charleston Boy
08 - I Believe
09 - Stairway To Heaven
10 - Puppy Love
11 - La Dolce Vita
12 - The Madison Time


Link do Arquivo
bolao-lpcb-37026
Bolão e seu Conjunto
LP BOLÃO E SEU CONJUNTO
RCA CALB 5059, 1962
01 - O Alegre José
02 - Muito Chianti
03 - The Twist
04 - Let's Twist Again
05 - Twist Internacional
06 - O Jato
07 - Beijos Pelo Telefone
08 - Romeu
09 - Agradeço a Você
10 - Bela Maria
11 - Terra de Amor
12 - Ya Ya

Link do Arquivo

bolao-bbl-1268
Bolão e seu Conjunto
LP DANCE O HULLY GULLY
RCA BBL-1268, Novembro de 1963
01 - Hully Gully Baby
02 - Baby Elephant Walk
03 - The Loco-Motion
04 - The Wah-Watusi
05 - Las Vegas
06 - The Hully Gully
07 - Mama Ines
08 - Chariot
09 - La Cucaracha
10 - Blame It On The Bossa Nova
11 - Persolator Twist
12 - I Love


Link do Arquivo
Sem capa
Bolão e seu Conjunto
LP BOLÃO E SEU CONJUNTO
RCA BBL-1298, 1964
01 - If I Had a Hammer
02 - America
03 - About Noon
04 - Loddy Lo
05 - Rua Augusta
06 - Irma La Douce
07 - Lady Os Spain
08 - La Bamba
09 - Sapore di Sale
10 - Theme From Lilies Of The Field (Amen)
11 - Rhythm Of The Rain
12 - Tzena, Tzena, Tzena
Link do Arquivo

FLOREADOS








































 Floreados
01 Billy Vaughn - The Look Of Love
02 Burt Bacharach - Don't Go Breaking My Heart
03 Cserhati Zsuzsa - Ne Nezz Ram (Walk On By)
04 Dionne Warwick - Odds And Ends
05 Don Costa - Echo of love
06 Gary Mc Farland - And I Love Her
07 Herb Alpert - Sugar Of love
08 Isaac Hayes - Cafe Regio's
09 Joe Jeffrey - King of Drag
10 Jon Cool - That’s You My Love
11 Lou Johnson - Reach Out For Me
12 Sarah Vaughan-Something
13 The 5th Dimension - Living Together, Growing Together
14 Mexican Divorce - Bonus Rare
15 Any Day Now (My Wild Beautiful Bird)


link p/ baixar album

SOM TRES

Show - Som Três (1968)
























Segundo álbum, gravado em 1968 de um dos mais competentes trios formados na década de 60,


cujo líder era César Camargo Mariano. Perfeita simbiose de estilos em cada faixa,

algumas com naipe de sopros. Jazz, Soul, Bossa, Samba, destilados pelo talento de César,

Toninho e Sabá. Vários destaques, entre os quais, "The World Goes On" de Quincy Jones,

"Amazonas", de João Donato, "The Look Of Love", de Burt Bacharach,

"Wach What Happens", de Michel Legrand e "Jungle", composição de Mariano.





Som Três - Show

Label:Odeon Fonográfica

Catalog#:MOFB 3541

Format:Vinyl, LP



Country:Brazil

Released:1968

Genre:Jazz

Style:Bossa Nova, Easy Listening



Tracklist



A1 Leonardo

A2 Falsa Baiana

A3 Amazonas (Keep Talking)

A4 The World Goes On

A5 The Look Of Love (From Casino Royale)

A6 Frevo Rasgado



B1 Jungle

B2 Sá Marina

B3 Watch What Happens

B4 Emilia

B5 Balanço Zona Sul

Link DOWLOAD

Link DOWLOAD Alternativo

QUEM SAMBA FICA

Quem samba fica 1971 Adelson Alves mete bronca e a moçada do samba dá o recado



Quem samba fica, disco que não podia faltar dentro das caixas de feira que eram improvisadas para levar os discos para as festas ou mesmo baú caixote já mais elaborado e construído para este fim. Este disco reúne os bambas do samba, entre eles destacamos Aniceto do Império com a clássica Dora e que dispensa comentários, João Nogueira com vários sambas, mas entre eles outro clássico, O Homem de Um Braço Só, até hoje não se sabe se esta musica é em homenagem ao Beto sem braço ou o Natal da Portela, esta musica vem em uma versão diferente da gravada no álbum do João Nogueira “Vem Quem Tem” lançado quatro anos mais tarde 1975. E para não nos alongarmos muito nos comentários ainda temos neste disco, Nadinho da Ilha, Roberto Ribeiro, Baianinho.... Em fim é só baixando este disco para saber porque ele era figura carimbada nas festas.

A1. Mulher Valente É Minha Mãe
(João Nogueira)
Intérprete(s): João Nogueira
A2. Batuquegê Prá Rosalina
(Baianinho)
Intérprete(s): Baianinho
A3. Vem Raiando o Dia
(Delcio Carvalho)
Intérprete(s): Roberto Ribeiro
A4. Dora
(Aniceto do Império)
Intérprete(s): Aniceto do Império
A5. Samba do Beco
Intérprete(s): Aroldo Melodia
(Adhemar de A. Vinhaes / Jacaré)
Samba da Gafieira
(Adhemar de A. Vinhaes / Jacaré)
A6. Caminhante Solitário
(Wilmar Costa)
Intérprete(s): Nadinho da Ilha

B1. Lapa
(Waldir 59 / Ari Guarda)
Intérprete(s): Nadinho da Ilha
B2. O Homem de Um Braço Só
(João Nogueira)
Intérprete(s): João Nogueira
B3. Eu Avenida e Você
(Jovenil Santos / Paulo Debétio)
Intérprete(s): Roberto Ribeiro
B4. Amélia Negra
(Clóvis Scarpino / Wilson Moreira)
Intérprete(s): Edalmo da Mocidade Independente
B5. Vou Brigar Com Ela
(Aurinho da Ilha / Ione do Nascimento)
Intérprete(s): Aroldo Melodia
B6. Poeira do Caminho
(Marinho da Muda)
Intérprete(s): Marinho da Muda


quinta-feira, 2 de setembro de 2010

USA For África - We Are The World - 1985 (Traduzido)

JORGE BEN

Caetano Veloso Single - Charles Anjo 45 (1969)


















lado A

Charles, anjo 45

lado B
Não identificado


Link

Jorge Ben Jor: eterna redescoberta



Jorge Ben Jor: eterna redescoberta
Marcus Preto
Ao lançar Recuerdos de Asunción 443, Jorge Ben Jor deixa claro que não está satisfeito e quer fazer mais
A missão era montar, a partir de uma entrevista com Jorge Ben Jor, um perfil de sua personalidade artística – mas que também desse conta de equacionar o lugar de sua música nos dias de hoje. Sempre ouvi dizer que Jorge não gosta de dar entrevistas e que, se a pergunta o incomoda, ele se levanta e vai embora. Essa poderia ser só mais uma daquelas lendas do jornalismo cultural, mas vai saber. Cheguei dez minutos antes da hora marcada. O encontro era no escritório que o cantor mantém no bairro paulistano do Itaim, onde fica toda a equipe que organiza sua vida profissional. “Jorge ainda não chegou”, me avisam e pedem para que eu espere em uma sala. Ali, ao redor de uma grande mesa de vidro, estão enquadradas todas as capas de seus LPs desde 1963. Algumas em versões importadas, coisas que jamais havia visto nem nos melhores sebos. Uma das paredes foi convertida em um mural gigantesco onde dezenas de fotos estão pregadas. Nelas, Jorge posa com personalidades de todas as áreas. Caetano Veloso e Hebe Camargo são os mais cotados: três fotos com cada um. Mas são muitas, então, enquanto espero, vou tentando reconhecer os rostos, um a um: Roberto Carlos, Belchior, Toquinho, Martinho da Vila, Pelé, Washington Olivetto, Sandy e Junior, João Bosco, Djavan, Titãs, Zico, Ivete Sangalo, Jô Soares, Rappin’ Hood. Em todas, Jorge tem o mesmo, e contagiante, sorriso.
Ele não chega, mais de uma hora e dez de atraso. Isso amplia a impressão de que deve ser verdade: o fato de detestar dar entrevistas. Sobre a mesa, alcanço um livro com as entrevistas que (a escritora) Clarice Lispector fez nos anos 60 e 70. Começo a ler uma com Lygia Fagundes Telles (também escritora). Clarice pergunta: “Para mim, a arte é uma busca. Você concorda?”. A resposta de Lygia é certeira e inspiradora: “Sim, a arte é uma busca e a marca constante dessa busca é a insatisfação. Na hora em que o artista botar a coroa de louros na cabeça e disser, estou satisfeito, nessa hora mesmo ele morre como artista”. Nesse momento, Ben Jor entra na sala. Coloco o livro de lado, o cumprimento, ligo o gravador e não resisto: “A arte é uma busca, não é? Está satisfeito com a sua?”. Imagino que ele deva ter me achado um louco. Que pergunta era essa para começar uma entrevista? Mas não se mostrou surpreso e foi rápido: “Não estou satisfeito. Estou contente, mas ainda tenho muito caminho para percorrer. Estou sempre ouvindo tudo para ver o que está acontecendo, para não ficar estacionado. Tem arte que só serve para mostrar seu ego. Eu quero uma arte com poesia, alegria, harmonia, energia e simpatia”. Senti que tínhamos começado bem. Jorge está bem vivo.
Recuerdos de Asunción 443, disco que o cantor lança agora, traduz e transporta para os tempos atuais um material de quando ele ainda assinava apenas Jorge Ben. São sobras de estúdio e canções inacabadas encontradas nos arquivos da Som Livre, quando se preparava a reedição dos três discos que o artista gravou na casa na década de 1980 – Dádiva (1983), Sonsual (1984) e Ben Brasil (1986). “Descobriram aquele material perdido e tinha várias músicas incompletas. Eram uns arranjos sem letra ou só com pedaços sem final, faltava sempre alguma coisa. Fui para casa olhar meus cadernos antigos e descobri o que faltava. Gravei umas guitarras, vozes, percussão, teclado. Era preciso fazer o som igual àquele antigo”, ele conta. O processo todo não demorou mais que dois meses e Jorge fez tudo sozinho, em seu estúdio caseiro – ele garante que domina as novas tecnologias de gravação e sabe usar computadores para fazer música. “Mas gravo da guitarra para o computador, nunca uso só a máquina”, completa.
Quando as canções de Recuerdos foram esboçadas, entre o final dos anos 70 e meados dos 80, Jorge já havia abandonado o violão, em favor da guitarra. A mudança aconteceu em África Brasil, seu mitológico álbum de 1976 e, desde então – e com apenas uma pequena exceção em 2001, em sua participação no projeto Acústico MTV –, ele nunca mais voltou atrás. “Gosto dos dois instrumentos. A guitarra tem mais recursos, embora no violão de náilon eu faça outras afinações impossíveis nas cordas de aço. Em casa, tenho dois violões, um Giannini e um Di Giorgio. São do tempo em que se faziam bons violões por aqui”, conta.
mudança para a guitarra teve, segundo Jorge, motivos técnicos. “Solta o Pavão [álbum de 1975, intermediário entre o superacústico Tábua de Esmeraldas, de 1974, e o elétrico África Brasil] já foi tocado em um Ovation, aquele violão amplificado que era o meio do caminho entre guitarra e violão, mas tinha som de acústico. Quando fui gravar o África Brasil, nós tentamos fazer o mesmo, mas realmente não soava bem porque era muita gente fazendo barulho: duas baterias, dois baixos, metaleira, dois teclados, tudo duplo! E toda aquela percussão”, explica. Jorge lembra que, em 2002, África recebeu da Rolling Stone norte-americana o 22o lugar no ranking mundial dos 50 álbuns “mais cool” de todos os tempos – o único brasileiro da lista. Mas não concorda com a revista: “Prefiro o Tábua de Esmeraldas. Eles acharam o África mais musical porque tem mais a ver com eles, os americanos”. Vale lembrar que Tábua de Esmeraldas, o preferido de Jorge tem apenas violões. Por que não fazer então mais discos assim? “O sensor de violão que a gente usava não existe mais. Hoje, o som sai limpo, sem aquela respiração. Para gravar, é difícil. Vou tentar fazer, mas sei que naquele som do Tábua de Esmeraldas não dá mais para chegar.”
Jorge não gosta de dizer a idade e entendi que não era mesmo necessário perguntar. Assim, olhando de perto, ninguém lhe daria mais de 50 anos. Mas sabe-se que ele começou a gravar discos em 1963, quando tinha por volta de 21 – o que o coloca na mesma faixa de outros três mestres de sua geração: Caetano Veloso, Gilberto Gil e Paulinho da Viola. Aquela estréia em 63, com o Samba Esquema Novo, já trazia a novidade: uma batida de violão absolutamente contagiante, percussiva, cheia de suingue e, até então, absolutamente nova. Ela foi inventada quando Jorge, aos 17, 18 anos, deixou a Tijuca para morar em Copacabana e conheceu aquele que chama de “meu grupo da República do Peru, Posto 3”. “Conheci esses novos amigos, que eram muito musicais e também tinham o mesmo ídolo que eu: João Gilberto”, recorda.
O 78 rotações de João Gilberto que continha “Chega de Saudade” foi lançado em agosto de 1958 (o álbum cheio só chegaria às lojas no ano seguinte), cinco anos antes de Samba Esquema Novo. “Todo mundo queria tocar como João Gilberto, mas ninguém conseguia. E eu, que não sabia a música, tocava de qualquer maneira, do meu jeito, meio na palhetada. E aí ficou, inventei sem querer.” O impacto da batida de seu violão e a boa aceitação a seus primeiros LPs levaram Jorge a participar da efervescente programação musical da TV Record naqueles anos 60. A primeira escala foi em O Fino da Bossa, atração capitaneada por Elis Regina e Jair Rodrigues. “Fiz esse programa umas três vezes, mas como fui cantar no Jovem Guarda [apresentado por Roberto Carlos], me mandaram embora. Mas foi ótimo, ficar no Jovem Guarda definiu meu estilo. Fiz um disco muito bom com o The Fevers nessa época: O Bidu – Silêncio no Brooklin (1967). Não queriam deixar eu sair do Jovem Guarda, mas, quando fui convidado pelos tropicalistas, saí.”
Saiu e foi incluir seu violão e suas composições inclassificáveis à revolução que Caetano Veloso e Gilberto Gil estavam elaborando. A música surrealista e esteticamente libertária de Jorge era material perfeito para o caldeirão tropicalista, além de ele, como os baianos, também ter começado a tocar por admiração a João Gilberto. “Guilherme Araújo [empresário e produtor musical, também conhecido como o ‘Quinto Doce Bárbaro’], que Deus o tenha, me convidou: ‘A gente está fazendo um movimento que vai ter um programa na TV Tupi, o Divino Maravilhoso’. Eu disse que estava saindo do Jovem Guarda e perguntei se ele tinha certeza de que eles [Caetano e Gil] gostavam mesmo da minha música. Ele confirmou: ‘Eles querem mesmo você!’. Eu me senti agradecido e fui, abracei, e fiz boas músicas naquela época: ‘Que Pena’, para Gal Costa, ‘Charles Anjo 45’, com Caetano cantando e eu no violão, [‘Minha Menina’] para os Mutantes: ‘Ela é minha menina e eu sou o menino dela...’. Foi legal”, lembra. “Na época do Divino Maravilhoso, o Abujamra pai [Antonio Abujamra] e o [diretor de TV] Fernando Faro me pediram para fazer uma música nova toda semana.
No primeiro dia, mostrei a minha para o Caetano: ‘Fiz essa pro programa, vê se você gosta. Se não gostar, tudo bem’. Era ‘Vendedor de Bananas’. Fiz porque o tema do programa era bem tropical, com bananas no cenário”. Mal ele sabia que a música encomendada de uma semana para outra se tornaria um clássico.
Jorge compõe com facilidade. Essa é a sensação que passa quando canta: que tudo flui, sem grandes bloqueios. Quero saber quais são seus métodos, se ele faz letra primeiro e depois coloca música ou o contrário. “Às vezes, sai tudo junto: letra e música. Outras, vou escrevendo um poema, sem rima. Se tiver grande, pego as partes mais legais e vou cantarolando em cima, criando uma melodia. Na maioria das vezes, escrevo demais, e daí passa do tamanho. Quando isso acontece, tenho que recortar para ficar melhor com a música. Minhas melodias, antigamente, saíam todas em tom menor.” A associação é óbvia e imediata: será que o jovem compositor das escalas menores era uma pessoa mais triste do que é hoje? “Tive uma escola de dois anos no seminário, e lá se cantava tudo em menor. A influência ficou. Era tudo suavezinho... ‘Mas que Nada’, ‘Chove Chuva’, é tudo menor”, explica.
Jorge conversa sem tirar seus óculos escuros – fica impossível ver seus olhos. Tampouco se detectam – a não ser no tom de sua voz – as variações de alegria, melancolia, nostalgia. Decido perguntar: Caetano já disse que você nunca fez uma música triste. Isso é mentira, não? “Minha música pode soar triste, mas ela sempre tem um final feliz. Sempre proponho isso. A gente tem que falar que tristeza existe, mas ela pode acabar e vir a felicidade.” Com essa música tão alegre, Jorge já teria tido a experiência de ver gente chorando em seus shows? “Já. Era de alegria. Ou de relembrar alguma coisa gostosa, uma época que passou, uma pessoa... Mas não posso olhar, senão choro também”, confessa, e já imagino seus olhos por trás da escuridão daquelas lentes. “Queira ou não queira, minha música é dançante. E as histórias que conto são as que as pessoas gostam de ouvir.”
Recuerdos de Asunción 443 traz uma única música totalmente composta em 2007. Dedicada à molecada do condomínio onde mora, “Emo” tem letra improvável: “Melancolia, tristeza e alegria/ Tudo isso num mesmo dia/ Parecem infelizes, mas são felizes/ (...)/ Não deixe de brincar, não deixe de amar/ Não deixe a felicidade acabar/ Aproveite a adolescência/ Essa coisa aborrecente maravilhosa/ Sem você perceber vai passar”. É de se estranhar a identificação do músico com essa tribo, até porque, em tese, a melancolia emo faz oposição direta à alegria da música de Jorge Ben Jor. “Pode ser, mas eles vão aos meus shows e cantam as músicas. Eu vi isso de emo lá em casa, meus filhos eram assim. Hoje, eles já estão na faixa dos 22, 23 anos, mas vi disso tudo quando eles eram adolescentes. Parecem que são infelizes, mas não são. É aquele tempo da idade que faz eles serem assim”, analisa.
Nesse momento, seu celular toca. Da campainha do telefone sai, nítida, a voz do próprio Jorge cantando a versão original de seu sucesso “A Banda do Zé Pretinho”. Ele deixa a sala para atender a ligação e, em menos de cinco minutos, está de volta. Pergunto quem é Zé Pretinho. “Conheci em uma festa de aniversário. Ele chegou, parecia que era de outro mundo, assobiando e tocando pandeiro. Parou em mim e disse: ‘Eu sou o Zé Pretinho’. E foi embora. Nunca mais o vi. Parecia um anjo.” Anjo que acabou virando o nome de sua banda de apoio. Muitas músicas de Jorge, algumas verdadeiras obras-primas, falam em alquimia. Ainda que não esteja exatamente vinculada a esse acontecimento, o tom místico da passagem de Zé Pretinho pela vida de Ben Jor faz lembrar o assunto. Ele se empolga: “Estudo e leio muito sobre isso. Sou considerado um arquimista: são aqueles que estudam, que sabem como acontecem as coisas, mas não têm o dom de fazer porque não sabem como preparar. Meu santo inspirador é o São Tomás de Aquino”. O cantor garante que tem aprendido muito com essa ciência: “Musicalmente tem sido muito bom.
A ‘espirituosidade’ de ter aquela hora de compor, aquela tenacidade, sagacidade, perseverança... Saber que aquilo vai dar certo sem ter que passar por cima de ninguém. E sempre sair ileso das coisas que estão te atazanando. Os livros de alquimia me ensinaram isso. O próprio Nicolas Flamel, um alquimista francês famoso do século 14, já tinha essa sagacidade. Ele só conseguiu achar a pedra angular depois de 30 anos de estudo e não desistiu”.
Isso faz voltar o assunto que motivou o começo da entrevista. O que ele busca ainda hoje com sua música, aonde quer chegar com ela? Jorge começa a falar do “Som Universal”: “Isso é uma perseverança também. Não sei quantos anos ainda vai demorar, mas estou atrás dele”. Pergunto do que se trata, exatamente. “Ele foi inventado pela marcha e pulsa no compasso do caminhar. É o seu andar, o seu tempo, o seu passo, é o dois por dois. Esse é o ritmo universal: todo mundo toca e ele é de todo mundo. O rock europeu vem dele. Nosso ritmo aqui é dois por quatro [o tempo do compasso], é diferente. Mas também é preciso fazer uma letra que caia no gosto de todo mundo.” Segundo Jorge, ele próprio só atingiu essa meta uma vez na vida: “40 anos atrás, modéstia à parte, consegui fazer uma letra que é universal até hoje: ‘Mas que Nada’ toca no mundo inteiro e, pelo menos até a parte que diz ‘sai da minha frente’, todo mundo canta. Tem que achar uma letra ou idioma que soe um pouco latino. Alemão canta ‘Mas que Nada’, japonês faz perfeitamente. Tenho que achar mais uma letra assim. ‘Zazueira’ quase chegou lá.”
Foi por conta de “Mas que Nada” que Jorge passou uma das experiências musicais mais emocionantes dos últimos tempos. “Eu e meu filho Gabriel estávamos em um estádio assistindo a um jogo do Brasil contra Gana, na Alemanha, na Copa do Mundo de 2006. Acabou o primeiro tempo, o Brasil saiu ganhando. No intervalo, os alto-falantes do estádio começam a tocar uma música e eu falei: ‘Gabriel, essa tá parecendo uma música que conheço...’. Era ‘Mas que Nada’. Quando começou o refrão, o estádio inteiro cantou junto, foi arrepiante. Nem sabia que tinha sido regravada.” Tratava-se da nova versão da música composta por Jorge para seu primeiro disco, o já citado Samba Esquema Novo, feita por Sergio Mendes com a colaboração do grupo Black Eyed Peas. Com ela, seu nome voltou ao topo das paradas do mundo no ano passado – coisa que já tinha acontecido, há 40 anos, com uma outra versão de “Mas que Nada” feita pelo mesmo Sergio Mendes. Quero saber se essa nova explosão já está rendendo alguma coisa no mercado internacional, mais shows lá fora ou algo do gênero. “Sim. E convites. O próprio Black Eyed Peas quer fazer uma produção comigo ou gravar uma outra música minha”, conta.
Explosões de sucesso não são novidade para Jorge Ben Jor. De tempos em tempos, vem um novo boom e o coloca de volta ao posto de “voz número 1 da festa da juventude”. O último grande estouro aconteceu no começo dos anos 90, quando a canção “W/Brasil” redimensionou o culto ao artista e sua obra. Jorge diz não conseguir detectar a lógica desses pontos altos, mas sabe que seu trabalho se mantém antenado com as novas gerações. “Um professor de literatura de São Gonçalo me disse que, nas aulas dele, minhas músicas são as preferidas pelos alunos. São cabeças pensantes novas, cheias de futuro, e que estão querendo saber das minhas histórias, acham que elas são atuais. Meus shows estão sempre cheios de jovens. Isso é uma coisa que me faz ficar feliz da vida, flutuando. Meu medo é não poder acompanhar o gosto deles. Quero estar sempre junto com eles, quero que gostem do meu trabalho e da minha música. Meu único receio é ferir a bondade que eles têm comigo, fazer uma letra que desagrade.”
A essa altura, e já chegando a uma hora e quarenta e oito minutos de entrevista (percebi que era mentira: é claro que ele gosta de falar), e sem a completa certeza de ter cumprido minha missão inicial, pedi para que ele próprio falasse: quem é Jorge Ben Jor hoje, aos 44 anos de carreira e 33 álbuns gravados. “Sou um poeta urbano e suburbano.
Vivo esses dois lados. No Rio, estou na cidade, na Lapa, toco no Circo Voador, na Fundição Progresso. Gosto de passear para sentir as pessoas que moram por ali. E esse convívio é legal. Mas também toco muito no subúrbio, faço bailes e, todo dia 23, estou em Quintino para a missa de São Jorge. Tanto o subúrbio quanto a cidade têm sua poesia. Gosto de captar as duas e misturar. Para ficar bonito.”
Isso dói ou é gostoso? “Dá muito trabalho. Tem que pensar muito, ficar cansado, às vezes até ficar triste por não conseguir fazer uma coisa que agrade a muita gente, como você pensava. Isso faz parte da minha profissão. E coisas bonitas como cantar ‘W/Brasil’ ou ‘Engenho de Dentro’ e todo mundo gostar, cantar junto. Ver as pessoas cantando minhas músicas me dá mais inspiração, me rejuvenesce. Quando canto músicas do Tábua de Esmeraldas, uma geração que não era nascida canta junto. Isso é maravilhoso!”
O jornalista Marcus Preto assinou a matéria
Foto: Priscila Prade
Fonte rollingstone.com.br

Jorge Ben - O Homem Patropi





This mix is a tribute to the master of Sambarock, Jorge Ben, containing cover versions of his songs in various styles of Brazilian music of the 60′s and 70′s.

Tracklist:
01. Que Maravilha – Os Brazões
02. Cadê Tereza – Os Originais Do Samba
03. Chove Chuva – Elza Soares
04. Que Pena (Ele Já Não Gosta Mais De Mim) – Gal Costa
05. Crioula – Os Incríveis
06. Ela É Minha Menina – Os Carbonos
07. Agora, Ninguém Chora Mais – Erasmo Carlos
08. Morre O Burro, Fica O Homem – Osmar Milito
09. Amante Amado – Emílio Santiago
10. Tá Na Hora – Bedeu
11. Rita Jeep – Osmar Milito
12. País Tropical – Dom Salvador
13. Fio Maravilha – Tania Maria
14. O Telefone Tocou Novamente – Som Três
15. Cosa Nostra – Meirelles E Sua Orchestra
16. Taj Mahal – Brasil 4 Ever
17. Capoeira – Eumir Deodato & Os Catedráticos
18. Mas Que Nada – Os Intocáveis
19. Oba Lá Vem Ela – Milton Banana Trio
20. Pulo Pulo – Zimbo Trio
21. Tim Dom Dom – João Donato e Seu Trio
22. Por Causa De Você Menina – Bossa Rio
23. Zazueira – Elis Regina
24. Bebeto Vão Bora – Wilson Das Neves
25. Caramba!… Galileu Da Galileia – De Savoya
26. Camisa 10 – Luis Américo
27. Brother – Emílio Santiago
28. Maria Domingas – Trio Mocotó

 

Postagens populares

Postagens populares

PRECIOSIDADES