domingo, 21 de março de 2010

O pai de todos
Uma caixa reunindo os discos dos anos 60 e 70 de Jorge Ben
(hoje Jorge Ben Jor) mostra por que ele é o músico mais influente da MPB
O SEGREDO ESTÁ NA MÃO DIREITA
Jorge Ben e seu violão nos anos 60: ele inventou um jeito novo
de tocar samba com andamento de rockJorge Ben Jor é o artista mais importante da música popular brasileira da segunda metade do século XX. Contemporâneo de Gilberto Gil, Caetano Veloso, Milton Nascimento e Chico Buarque, o cantor e compositor supera seus companheiros de geração na conjunção de dois quesitos: popularidade e influência. Seus quase cinquenta anos de carreira registram altos e baixos, mas ele nunca deixou de vender discos e lotar shows – hoje, aos 70 anos (presumidos: ele esconde a idade), mantém uma média de oito apresentações mensais. Sua influência sobre as gerações mais novas é inestimável: dos anos 70 em diante, virtualmente todo músico que misturou MPB com rock, soul e pop deve algo a Jorge Ben Jor. Seu período mais criativo, de 1963 a 1976, acaba de ser reunido na caixa Salve, Jorge!, com treze discos mais um álbum duplo repleto de raridades. A audição desses CDs mostra por que Jorge Ben (como foi conhecido até 1989) é a referência maior para os nomes mais interessantes da música atual (veja o quadro na página 200).

Os artistas influenciados por Chico ou Caetano raramente desgrudam do molde original. Tornam-se epígonos aborrecidos, como Chico César, carbono de Caetano. A música de Jorge, ao contrário, fertilizou bandas e movimentos com personalidade. Tamanha influência se explica pelo pioneirismo de Jorge Ben Jor em dois fronts. Ele foi dos primeiros a compor letras que falavam da negritude e da vida bandida no morro (caso de Charles Anjo 45, de 1969). Grupos de reggae como O Rappa e Cidade Negra e rappers como Racionais MC’s levaram esse discurso adiante (com mais agressividade). Mano Brown, líder dos Racionais, até batizou o filho de Jorge, em homenagem ao compositor de África Brasil. Mas é no campo estritamente musical que a importância de Jorge Ben Jor se revela superlativa. Ele criou uma batida única para tocar, no violão, o samba com andamento de rock: com uma mão direita rápida, batia nas cordas do instrumento em vez de dedilhá-lo. É o segredo de seu celebrado suingue. "Minha formação vem de Jorge. Comecei imitando o jeito com que ele tocava", diz o cantor e guitarrista Lucas Santtana, que neste ano lançou Sem Nostalgia, CD no qual samples do violão de Jorge são misturados a batidas eletrônicas.

"Jorge Ben Jor é um inovador. Está no mesmo nível de James Brown e Bob Marley", diz o cantor e guitarrista Max de Castro. Nos anos 70, o suingue do músico carioca inspirou o samba-rock de Bebeto e do Trio Mocotó. Bandas de rock dos anos 80 e 90 buscaram a lição de Jorge para "abrasileirar" seu som – foi o caso do Paralamas do Sucesso e do Skank. "A sonoridade do Skank deve muito a Ben Jor", diz o tecladista do grupo mineiro, Henrique Portugal. Com suas letras astrológicas e seus arranjos esquisitos, A Tábua de Esmeralda, de 1974, foi o disco de cabeceira de artistas do manguebit, movimento musical surgido no Recife no início dos anos 90. No ano que vem, os Sebosos Postizos, banda paralela integrada por membros da Nação Zumbi, expoente maior do manguebit, e por Bactéria, ex-tecladista da mundo livre s/a, vão lançar um disco com covers de Jorge Ben Jor. "A gente faz uma leitura mais densa das obras dele", diz o vocalista Jorge Du Peixe. A "densidade", no caso, fica por conta de elementos do dub jamaicano que os músicos pernambucanos acrescentam às canções do compositor carioca – um híbrido muito fiel ao espírito de Jorge Ben Jor.

Leitor dedicado, Jorge participa semanalmente de um sarau literário no Rio. Ultimamente, anda frequentando as obras de dois xarás: o argentino Jorge Luis Borges e o brasileiro Jorge de Lima. Reactivus Amor Est (Turba Philosophorum), seu mais recente CD de material inédito, de 2004, não traz nada que se compare em vitalidade a qualquer dos discos da caixa Salve, Jorge!. Seu ímpeto criativo não é o mesmo do passado. Ainda assim, o futuro da música brasileira fatalmente passa por ele.

LUTHER VANDROSS Love Wont Let me Wait

DIANA ROSS E MARVIN GAYE You Are Everything[1974]

sábado, 13 de março de 2010

Samba de Raiz JOÃO NOGUEIRA


João Nogueira (João Batista Nogueira Júnior)
Cantor. Compositor.
Nascido e criado na Rua Magalhães Couto, no Méier, Zona Norte do Rio de Janeiro.
Frequentador de tradicionais botequins cariocas como o antigo "Pé na Poça", situado no bairro onde cresceu.
Sempre homenageou, em seus sambas, "as coisas simples das gentes".
Filho de músico profissional, nunca deixou de estar em contato com o samba e o choro devido às presenças de Pixinguinha, Jacob do Bandolim, Donga e João da Baiana, amigos de seu pai e frequentadores de sua casa.
O pai chegou a tocar com Noel Rosa, segundo o livro "Noel, uma biografia", de João Máximo.
Aprendeu a tocar violão acompanhando o próprio pai, que morreu quando ele tinha 10 anos. "Seu" João Nogueira era violonista e chegou a tocar com o Conjunto Regional, de Rogério Guimarães, e com Jacob do Bandolim. Com a sua morte, a família passou por uma fase difícil. Assim, foi obrigado a trabalhar como vitrinista e vendedor.
Trabalhou, também, como funcionário da Caixa Econômica.
Aos 15 anos, começou a fazer música junto com a irmã, a compositora Gisa Nogueira.
Em 1958, passou a freqüentar o Bloco Carnavalesco Labareda do Méier, do qual, mais tarde, veio a ser diretor.
Foi na sua própria casa do Méier que nasceu o Clube do Samba, que funcionou durante anos a fio com noitadas animadas pelo "Pagodinho de Fundo de Quintal". O Clube mudou-se para o bairro do Flamengo, em seguida para a Associação dos Servidores Civis do Brasil - inaugurado por Clara Nunes - e para o Clube Municipal, antes de chegar à sede definitiva, na Barra da Tijuca. O local, onde funcionava um depósito de bebidas, foi totalmente reformado e decorado por João Nogueira - o fundador e presidente do Clube (1979). Além do salão, com capacidade para mais de 1000 pessoas, funcionava no Clube uma galeria de arte - Guilherme de Brito - e o jardim batizado com o nome de Clara Nunes. Neste, há uma escultura de um sabiá com a seguinte inscrição: "Voa meu sabiá/ Canta meu sabiá/ Adeus, meu sabiá/ Até um dia...", estribilho de um samba do compositor (parceria com Paulo César Pinheiro), gravado por Alcione.
Participou, como ator, do filme Quilombo, de Cacá Diegues, no qual fez o papel de Rufino.
O Bloco Carnavalesco Clube do Samba desfila todos os anos pela Avenida Rio Branco e traz entre seus integrantes: Alcione, Beth Carvalho, Dalmo Castello, Dona Ivone Lara, Gisa Nogueira, Martinho da Vila, Paulinho Tapajós e Paulo César Pinheiro.
Faleceu na madrugada do dia 6 de junho de 2000, vítima de enfarte, quando ainda se recuperava de um AVC que o deixara com algumas sequelas.

quinta-feira, 4 de março de 2010

HISTORIA DO SAMBA ROCK

Sambarock dança que surgiu da criatividade dos freqüentadores dos bailes em casas de família e salões da periferia de São Paulo no final da década de sessenta começo da década de setenta mesclando se os movimentos do rock and roll hoje rockabilly com os passos do samba ao som das equipes a despeito deste ou daquele ritmo importando tão somente o tempo da musica em relação à dança.

Na primeira metade da década de setenta fora chamado por diversos nomes Sambalanço, Swing, Rock Samba, e
finalmente Sambarock por causa do lançamento da primeira coletânea que continham musicas que eram tocadas nos bailes de sambarock e re-gravadas especialmente para estes bailes.

A primeira coletânea lançada em 1977 e que se chamava “Samba Rock o Som dos Black`s” deu inicio a uma nova era para o sambarock onde eram re-gravados vários sucessos de bailes da época fazendo com que fosse mais fácil o acesso a essas musicas que ate então eram musicas fora de catalogo e difíceis de se encontrar.

Tornando assim o Samba Rock mais conhecido na grande São Paulo e outros estados.

A forma de se dançar sambarock foi sendo aprimorada com os festivais de dança de onde os dançarinos disputavam entre si para ver quem era o melhor.

As disputas entre os dançarinos de sambarock seguiam os mesmo moldes do filme “Embalos de sábado à noite” onde tínhamos o júri técnico formado primeiramente por aqueles que se julgavam serem os melhores dançarinos da época e que julgavam a parte técnica da dança tempo contra tempo, erros, passos inéditos, quantidades de passos, qualidade dos passos e dificuldades dos passos, em alguns festivais tinha-se também o chamado júri popular onde se escolhiam alguns freqüentadores destes bailes para junto com o júri técnico escolherem os melhores em uma escala de um a dez ou de dez a cem.

Lembrando que as regras e o formato destes festivais variavam de bairro para bairro ou mesmo vila para vila.

O Samba Rock também é conhecico como Sambalanço. Recebeu uma grande influência do jazz. Os dois mais significativos representantes do Samba Rock (Sambalanço) são Jorge Ben Jor e Bebeto, que misturam também elementos de outros estilos.

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