quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Semana da Consciência Negra

De 15 a 20 de novembro, uma programação especial com música, cinema e entrevistas

A TV Brasil reservou espaço em sua programação para celebrar o Dia da Consciência Negra, comemorado no dia 20 de novembro em todo o país. As atrações especiais que vão abordar a identidade e a cultura negra começam mais cedo, já na próxima terça-feira (16), com Expedições. O programa resgata a história do Quilombo dos Palmares, nação criada por negros fugidos de engenhos e terra do líder Zumbi.
O Comentário Geral apresenta uma edição especial sobre o tema e discute os múltiplos significados da palavra Negro, no programa que vai ao ar na quarta (17). E o Programa Especial do dia seguinte entrevista o cineasta Julio Pecly, cadeirante e negro, que fala sobre o duplo preconceito.
O Sem Censura preparou uma edição exclusiva com o tema “Herança Cultural Africana”. Leda Nagle vai conversar com o ministro da Igualdade Racial, Eloi Araújo, com o diretor de teatro Márcio Meirellles e com a atriz Janaina Lince, do espetáculo Hair, entre outros convidados.
O documentário Ôri, de Raquel Gerber, com trilha sonora de Naná Vasconcelos, é o destaque do Programa de Cinema. O filme será exibido na sexta (19) e aborda a construção da identidade negra no Brasil. Ainda nesta mesma noite, a TV Brasil exibe o DOC Especial Quilombos, do Campo Grande aos Martins, curta-metragem que resgata parte da história do negro brasileiro.
O programa Paratodos também homenageia esse dia e mostra a produção cultural de quilombolas e o ragga, mistura de hip hop e reggae.
E para encerrar as homenagens, o Musicograma apresenta um especial com o Poeta do Samba, Luiz Carlos da Vila, compositor que mais celebrou o Dia da Consciência Negra

Expedições

Quilombo dos Palmares

Programa resgata a história dessa nação criada por negros fugidos de engenhos e terra de Zumbi

Ter, 16/11

Quilombo dos Palmares - Expedições
Quilombo dos Palmares - Expedições
O programa Expedições desta terça (16) resgata a história do Quilombo dos Palmares – uma nação criada por negros fugidos de vários engenhos de açúcar da região Nordeste e terra de Zumbi, grande líder da luta pela liberdade e lembrado hoje como símbolo de resistência.
Paula Saldanha e Roberto Werneck documentam o sítio histórico da Serra da Barriga, em Alagoas, que foi a sede administrativa de Palmares e entrevistam Zezito Araújo, professor da Universidade Federal de Alagoas e um dos responsáveis pelo tombamento do local. No documentário, serão mostrados trechos do filme Quilombo, de Cacá Diegues, com uma bela reconstituição do que foi a nação Palmares.
Apesar de ter sido invadido constantemente pelos portugueses, o Quilombo dos Palmares resistiu por um século, reunindo onze mocambos e uma população de mais de vinte mil pessoas. De 1597 até 1694, quando aconteceu a grande invasão e o massacre, Palmares foi símbolo da resistência ao regime escravagista.
Em 20 de novembro de 1695, Zumbi foi morto, após muitos combates. Em todo o Brasil, nesta data, comemora-se o Dia da Consciência Negra.
Horário: Terça às 19h30
Reapresentação aos sábados às 16h00

Comentário Geral

Negro

Programa comemora o dia da consciência negra

Qua, 17/11

Consciência Negra - Comentário Geral
Consciência Negra - Comentário Geral
O Comentário Geral desta quarta-feira (17) é dedicado ao dia da Consciência Negra. Luiza Sarmento e Renato Góes discutem os múltiplos significados da palavra NEGRO. O historiador Ivan Alves Filho comenta a questão da escravidão e do negro no Brasil. Depois de séculos de discriminação racial, a ciência mostrou ao mundo que os seres humanos são semelhantes independentemente da sua origem ou aparência. O geneticista Sérgio Danilo Pena explica o conceito de raça e mostra as origens de nossa cultura, herdada do continente africano.
Os artistas B. Negão, MV Bill e Zózimo Bulbul distiguem preto de negro. Ed Motta, Jarzinho, Simoninha e DJ Janot comentam a música negra, que dispõe de um amplo leque que abriga ritmos que vão desde o samba e o funk até o rock e o soul. Além da música, futebol. O programa também mostra como os negros tiveram que vencer o preconceito dos grandes clubes no ínicio do século XX, quando o esporte inglês era privilégio da elite branca. Uma contribuição incrível na área dos esportes foi a capoeira, inventada por escravos. O ator e mestre de capoeira Airton Carmo, que interpretou o protagonista do filme Besouro, fala um pouco mais sobre essa atividade, que mistura luta e dança.
Nos anos 70, o movimento Black Power, dava voz aos negros e trazia a afirmação cultural da comunidade afro-americana. O cantor Tony Tornado comenta a importância deste período. No fiml do século XX, surgiam outras políticas afirmativas com o objetivo de reparar danos históricos. No entanto, há quem acredite que essas ações são um tipo de “racismo envergonhado”. O Comentário foi ouvir a opinião do comunicólogo Muniz Sodré sobre esse assunto tão polêmico. O cineasta Joel Zito analisa a posição do negro na mídia. O diretor teatral Ardebal Freire Filho mostra a remontagem de Orfeu, que vai circular por seis capitais do país. Do teatro para a fotografia, o programa foi conferir a mostra de Walter Firmino, que reúne na mostra Sem nomes, as 77 imagens que mostram o cotidiano de negros anônimos e até retratos de celebridades como Pixinguinha e Grande Otelo.
Horário: Quarta às 19h30

Sem Censura

Herança Cultural Africana

Programa recebe entre outros convidados, o ministro da Igualdade Racial, Eloi Ferreira Araujo.

Sex, 19/11

Em homenagem ao Dia da Consciência Negra, o Sem Censura de sexta (19) vai falar sobre a herança cultural africana.Nesse dia, Leda Nagle entrevista o ministro da Igualdade Racial, Eloi Ferreira Araújo, que falará sobre as ações desenvolvidas em sua pasta para promover a igualdade racial no Brasil.
A antropóloga Goli Ferreira é outra convidada e destaca o livro A terceira diáspora, em que ela aborda a disseminação da cultura africana contemporânea.
O Sem Censura recebe ainda o diretor Márcio Meirelles para comentar sobre o Bando de Teatro Olodum, que celebra 20 anos com a peça Bença. E a atriz negra Janaína Lince vai falar sobre Hair, espetáculo musical em cartaz no Rio de Janeiro.
A música fica por conta do cantor e compositor Mombaça, trazendo o CD Afro Memória + Pretinhosidade; e da cantora Glória Bonfim, com o CD Santo e Orixá. Glória foi empregada doméstica de Luciana Rabello e Paulo César Pinheiro, e seu CD foi produzido por Luciana com músicas de PC Pinheiro.
Horário: Sexta às 16h00

Programa Especial – 19h30

A inclusão pelo cinema

Um jardim criado para estimular os sentidos e um passeio por São Francisco, na Califórnia

Sex, 19/11

Julio Pecly - Programa Especial
Juliana entrevista o cineasta Julio Pecly
Em comemoração ao dia da Consciência Negra, o Programa Especial de sexta (19) entrevista Julio Pecly, cineasta, cadeirante e negro. Ele conversa com a apresentadora Juliana Oliveira sobre sua trajetória no mundo do cinema e sobre o duplo preconceito.
Na cidade de São Francisco, na Califórnia, a equipe do programa passeou com a cadeirante Bonie Lewkowicz, autora de um guia de acessibilidade da encantadora cidade. Durante o passeio Bonie deu dicas valiosas sobre São Francisco.
Outra atração é o Jardim Sensorial Itinerante. Juliana visitou a exposição, onde os visitantes são vendados e estimulados a reconhecer as plantas através de outros sentidos. As guias do jardim são deficientes visuais que orientam os visitantes nessa curiosa experiência.
Horário: sexta, 19h30
Reapresentação: Sábado às 15h00

Programa de Cinema

Ôri

Documentário aborda a construção da identidade negra no Brasil

Sex, 19/11

Ôri
Ôri, de Raquel Gerber
Lançado em 1989 pela cineasta e socióloga Raquel Gerber, Ôrí documenta os movimentos negros brasileiros entre 1977 e 1988, buscando a relação entre Brasil e África, cujo fio condutor é a história pessoal de Beatriz Nascimento, historiadora e militante, falecida trágica e prematuramente no Rio de Janeiro, em 1995.
O filme foi concebido em época de grande impacto sócio político e cultural no Brasil. Busca a consciência do homem em relação à História e à reconstrução da identidade. A palavra Ôrí, significa cabeça, consciência negra, e é um termo de origem Yoruba (ref. à África Ocidental).
Ôrí recupera junto aos movimentos negros a imagem do “herói civilizador” Zumbi de Palmares para uma identificação positiva do homem negro na modernidade. A comunidade negra aparece em sua relação com o tempo, o espaço e a ancestralidade, através da concepção do projeto de Beatriz que vê o “quilombo” como correção da nacionalidade brasileira.
A fotografia é de Hermano Penna, Pedro Farkas, Jorge Bodanzky e outros. Música original do percussionista Naná Vasconcelos, arranjos de Teese Gohl; montagem de Renato Neiva Moreira e Cristina Amaral e texto de Beatriz Nascimento.
Documentário. De Raquel Gerber. 1989 / Restauração digital 2008. 91min. Fotografia adicional Adrian Cooper, Jorge Bodanzky e Pedro Farkas. Trilha sonora Naná Vasconcelos.
Horário: Sexta às 23h00

DOC Especial

Quilombo – Do Campo Grande aos Martins

Curta resgata parte da história do negro brasileiro

Sex, 19/11

Quilombo, do Campo Grande aos Martins
Quilombo, do Campo Grande aos Martins
Com direção de Flávio Frederico, o mesmo do longa premiado Caparaó, o Curta-Metragem Quilombo – Do Campo Grande aos Martins retrata parte da história do povo negro brasileiro, que foi apagada com violência da história oficial.
O documentário intercala o passado e o presente. De um lado, a tradição persistente de uma comunidade negra remanescente no interior de Minas Gerais. De outro, os fatos até então escondidos sobre a grandiosa Confederação Quilombola do Campo Grande, dizimada em meados do século XVIII.
O filme foi premiado no Festival Guarnicê de Cinema do Maranhão; na Mostra Etnográfica do Rio deJaneiro; no Festival Internacional de Cinema de Arquivo, Recine; e no Festival Reel Sisters (EUA).
Horário: Sexta às 0h45

Paratodos

Especial – Dia da Consciência Negra

Programa mostra a produção cultura de quilombolas e o ragga, mistura de hip hop e reggae

Sáb, 20/11

O Paratodos comemora o Dia da Consciência Negra, data que lembra a morte de Zumbi dos Palmares, líder negro que lutou pela liberdade dos escravos.
Em pleno século 21, o programa mostra a situação e a produção cultural dos quilombos. E, do outro lado do Atlântico, uma reportagem especial sobre uma das cerimônias mais tradicionais do continente africano: o casamento tribal.
A história do Bloco Afro Onrunmillá e, no estúdio, um bate-papo sobre o ragga, um novo estilo musical que mistura hip hop e reggae, são as outras atrações desta edição.
Horário: Sábado às 19h30
Reapresentação: Quarta às 20h00

Musicograma – 21h30

O Poeta do Samba, Luiz Carlos da Vila

Especial com o compositor que mais celebrou o Dia da Consciência Negra

Sáb, 20/11

Luiz Carlos da Vila
Musicograma - Luiz Carlos da Vila
Musicograma traz o especial A Consciência Negra de Luiz Carlos da Vila. Autor de inúmeras composições de sucesso, Luiz Carlos da Vila sempre foi convidado a celebrar e participar das comemorações do dia da Consciência Negra. No dia 20 de outubro de 2008, ele faleceu, aos 59 anos. Deste dia, fez-se um dia de luto para o samba. Nascido em Ramos, viveu entre as Vilas Kenedy e da Penha e, por isso mesmo, recebeu este apelido.
O programa relembra o sucesso de suas músicas que, em geral, são alegres e espirituosas mas também preocupadas com os diferentes aspectos da realidade política e social do povo brasileiro. Um de seus grandes sucessos, Kizomba – A festa da raça, foi composto em parceria com Jonas e Rodolfo e deu a vitória à Escola de Samba Unidos de Vila Isabel, em 1988, de onde era integrante da ala dos compositores.
Luiz Carlos da Vila era conhecido como o Poeta do Samba e sabia tocar acordeon e violão. Frequentava o Cacique de Ramos, onde apresentava seus sambas. Além de Kizomba, suas músicas mais conhecidas são O Sonho não acabou – uma homenagem a Candeia – O Show tem que continuar, Além da Razão e Doce Refúgio – um poema dedicado ao Cacique de Ramos. A música Por um dia de graça se tornou um dos hinos das “Diretas Já”. Seu disco de estreia, que tinha seu nome como título, foi produzido por Martinho da Vila, em 1983. O último solo, de 2005, Um Cantar à Vontade, traz uma coletânea de sua obra, registrada ao vivo.
Luiz Carlos da Vila tem músicas gravadas por Simone, Fundo de Quintal, Zeca Pagodinho, Beth Carvalho, Alcione, Jair Rodrigues e Jorge Aragão, entre outros. Orgulhoso, exaltou em seus poemas a negritude e a mistura de raças. Poucos compositores fizeram no samba, ou em qualquer outro gênero, esta grande festa da raça negra.
Horário: Sábado às 21h30

Programa de cinema – 23h30

Cruz e Sousa – o Poeta do desterro

A vida do poeta catarinense pelo olhar do cineasta Sylvio Back

Sáb, 20/11

Cruz e Sousa, de Sylvio Back
Cruz e Sousa, de Sylvio Back
Filho de escravos, João da Cruz e Sousa (1861-1898) recebe educação europeia e se torna poeta. Mas o reconhecimento de sua obra vem somente após sua morte.
O filme Cruz e Sousa – o Poeta do desterro trata da reinvenção da vida, obra e morte do poeta catarinense, fundador do Simbolismo no Brasil e considerado o maior poeta negro da língua portuguesa. Através de 34 “estrofes visuais”, o filme de Sylvio Back rastreia desde as arrebatadoras paixões do poeta em Florianópolis até seu emparedamento social, racial, intelectual e trágico no Rio de Janeiro.
No ano do seu lançamento, o filme recebeu o Prêmio Glauber Rocha de Melhor Filme dos três continentes (Ásia, África e América Latina), e Menção Honrosa, pela pesquisa de linguagem, no Festival Internacional de Cinema de Portugal. E recebeu uma indicação ao Grande Prêmio Cinema Brasil, na categoria de Melhor Fotografia.
Ano: 2000. Gênero: Drama. Direção de Sylvio Back, com Kadu Carneiro, Marcelo Perna, Maria Ceiça, Jacques Basseti, Léa Garcia.
Livre
Horário: Sábado às 23h30

Segue o Som

Especial Cultura Negra

Sáb, 20/11

O Segue o Som deste sábado (20) entra no clima das comemorações pela consciência negra e celebra a infinidade de gêneros musicais de raízes africanas. Da congada ao samba, do blues à música baiana, e entrevistas com* *Seun Kuti, Taj Mahal e Lizz Wright, entre outros que estiveram no Festival Back2Black, que aconteceu recentemente no Rio de Janeiro.
Salif Keita é considerado uma entidade no continente africano, onde é chamado de a “voz dourada da África”. No clipe *La Difference,* o músico albino e de sangue negro, fala sobre o convívio entre diferentes pessoas, raças e culturas. Salif foi lembrado por Chico César em *A Primeira Vista,*que Segue o Som mostra.
De presente, o programa exibe na íntegra, *Army **Arrangement*, com Fela Kuti.* *Expoente da música negra, o multi-instrumentista nigeriano serviu de inspiração para um musical da Broadway, em Nova Iorque. Toda a rebeldia de Fela neste Especial Cultura Negra. Vieux Farka Touré, bluseiro filho de Ali Farka Touré, concedeu uma entrevista ao apresentador Maurício Pacheco onde fala sobre blues – obviamente – de amor e paz.
Na dica da semana, o antológico disco *Arte Negra, *de Nei Lopes e Wilson Moreira. Produzido há 30 anos, ajuda o público a conhecer um pouco da história do negro no Brasil. Em ritmo de samba, Segue o Som coloca no ar *Tempo de Dondon* na voz de Nei Lopes. E, fechando o especial, o baiano Carlinhos Brown arrepiando com *Ashansu, *onde* *mostra a influência direta da África – via os terreiros de candomblé de Salvador.

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